terça-feira, 12 de outubro de 2010

Desabafo de dor

Oi gente, eu ando sumidinha, eu sei...
Estou cheia de posts pipoocando na cabeça, mas o desânimo me toma por um motivo: Lolita, minha doguinha companheira de 22 anos (sim, 22 anos, uma Highlander) morreu na sexta-feira passada... Morreu de um jeito triste. Ela já estava beeem velhinha, não enxergava mais, não ouvia mais, só nos reconhecia pelo cheiro. E quando eu chegava perto, ela queria pular em mim, mas a idade não deixava, e quando ela pulava de teimosa, acabava caindo no chão porque as patinhas não aguentavam.
Meu pai foi lavar o quintal, e tirou ela do canto dela. Colocou umas cadeiras fechando uma pequena área perto do banheiro de fora da casa, colocou a caminha dela ali, a ração e a água e deixou ela trancada com as cadeiras no chão fechando a passagem. Bloqueando totalmente mesmo. Então ele foi buscar minha mãe no trabalho e quando voltou (cerca de 10 min) ela estava dentro da piscina boiando. Ele saiu correndo, tirou ela de lá mas já não tinha mais nada a fazer. Ninguém sabe como ela arrastou uma cadeira de área, dessas de ferro com fios de borracha trançadinhos, pra poder sair dali. Ela não aguentava nem com ela mesma! (Estou chorando agora mas tenho que desabafar, e escrever é a melhor maneira)
Minha mãe me ligou na hora, eu estava na clínica atendendo. Ela chorando no telefone me deu a notícia. Comecei a tremer e chorar muito, as clientes mandaram eu ir embora na hora. Dirigi chorando muito até chegar na casa da minha mãe. Eu não queria acreditar. Cheguei na minha mãe, ela tava na porta me esperando e chorando muito. Entrei correndo, só queria ver a minha doguinha linda amiga de todas as horas. Ela estava enrolada em uma toalha, estava encharcada, não sei quanto tempo ela ficou na água. Estava com os olhinhos abertos, e eu comecei a passar a mão nela para fechá-los. Meu pai em prantos perguntou onde ia enterrar ela. Sugeriu de ir na beira de uma estrada e fazer isso, mas na hora eu tive a idéia de enterrá-la no quintal deles mesmo, no fundo da casa onde tinha uns pés de frutas e agora não tem nada. Meu pai então pegou a pá e foi no fundo começar a cavar. E fazia isso chorando muito, pois falou pra minha mãe que a culpa era dele. Não acho ele culpado, pois ela não conseguia nem comer direito de tão velha, não subia dois degraus que tinha lá porque não conseguia mais. Como ela empurrou a cadeira pesada vai ficar no mistério.
Hj fazem 4 dias que ela se foi, a saudade dói muito. O que me conforta é que ela estava muuuuito velhinha, agora está descansando. Ela estava com a cabeça machucada de tanto trombar nas coisas que não enxergava.
Eu sabia que esse dia ia chegar, mas não estava preparada nem um pouco. Nem se ela morresse de velhice, eu iria sofrer do mesmo jeito, tenho certeza. Lembro de quando a pegamos, eu devia ter uns 7/8 anos, minha vó Ana tinha uma poodle branca que fugiu um dia e cruzou na rua. (pilantra!rs) Quando nasceu, minha vó separou pra mim a mais branquinha, a mais fofa. E ela foi ficando bege, com o pelo espetado.rsrs Mas era linda! Pra mim! Quando meus pais começaram a contruir a casa aqui em Promissão, tiravam fotos, e tem ela nas fotos com a gente (eu e maninho) andando pelao alicerce da casa.
Ela viajou muito, SP-Promissão ela fez diversas vezes. Entrava no carro, dormia, acordava só no posto de gasolina pra fazer xixi, dormia de novo e acordava na entrada da cidade. Adorava vir pra cá pq aqui tinha grama e quintal, coisa que em SP não tinha.
Na minha adolescência, eu cansei de ter cólicas e mais cólicas. E parece que ela sabia. Qdo eu dormia de tarde sem cólica, ela deitava no tapete, no pé da cama... O dia que eu tava com a p*** cólica, eu deitava de lado, ela vinha e se enrolava bem encostadinha na minha barriga. O calor do corpo dela fazia amenizar minha dor. E ela sabia disso.
Qdo ela tinha alguma dor, passando mal, ninguém tirava ela da caminha dela, só eu. Alguém brincava de me bater, ela atacava. Era minha sombra. Só comia ração, talvez por isso tenha vivido tanto. Ela foi feliz, tenho certeza. Gostava de todo mundo, nunca mordeu ninguém. Só não era muito fã de crianças, vai saber porque. Mas isso só agora no fim da vida. Acho que tava ficando velha mesmo, e como todo velhinho, não tem muita paciência com criança correndo e bagunçando.
É isso. Ela foi meu amor canino, nunca terei outra doguinha igual a ela. Quando casei ia trazer ela comigo, meu pai não deixou, falou que agora ela ia ser companheira dele.rs Então peguei a Pepita, que tb é um grude comigo, um chamego só, mas a Lolita, nenhuma substituirá. Inclusive, uma vez levei a Pepita na minha mãe, e a Lolita tava solta, e foi uma 'briga'.rs Na época a Lola enxergava, e quando viu a Pepita no meu colo, começou a chorar. Aí meu pai pegou a Pepita no colo, a Lola veio comigo. Aí a Pepita que começou a chorar...rsrs Ciúmes bravo...rs

Eu quando usava óculos e ela com os pelinhos "moicano" feitos pelo meu mano!rs

Desabafei um pouco, precisava escrever, parece que tudo tava preso aqui. Fiz um post-jornal, nem sei quem vai ler inteiro. Mas pra mim foi bom. Vou deixar registrado aqui meu amor por ela. Apesar que nem precisava disso, tenho certeza que ela sabia o quanto eu a amava. E amo. Estará pra sempre comigo Lolita...

Ela gostava de fotos...rs

3 comentários:

Andrezza Maris Fracasso disse...

Nossa Carol que pena. Sei muito bem o que você está sentindo. Perdi minha cachorra de 8 anos de modo totalmente inesperado. Faz uns 2 meses, e sei qual é a dor que você está sentindo agora. Mais tenha força, elas estão em um lugar bem melhor. Essa dor vai passar, o que vai ficar é a saudade. Bjus!

Jessica . disse...

Ai Carol, que tristeza eu conhecer seu blog nesse post. Primeiro eu só vi as fotinhos dela e fiquei toda besta, chamei meu marido pra ver... eu gosto de todos os cachorros do mundo, mas sou chegada nos descabeladinhos :)

depois me toquei do que era o texto e relutei em ler sabe, eu sou muito apegada e sensível aos animais, sabia que ia acabar chorando o que já comecei logo nas primeiras frases.

e seu texto tá lindo, acho que o melhor a fazer é desabafar. eu gosto de pensar que eles partem só com sentimentos positivos e felizes pois não são como nós humanos, o coração deles sempre está cheio de amor e felicidade.

espero que você fique bem, nunca passei por isso, mas vou passar por isso 6 vezes, e só de pensar meu coração aperta, mas é a vida, devemos ser gratas pelo período feliz que temos com eles, a pessoa que se permite ser amada por um animal muda sua vida, tudo se ilumina!

um beijo enorme, Jessica.

Cibele disse...

Ain que dó Carol =( Chorei com seu post. Já perdi um cachorro que amava muito... A Sú tbm, e até hj tem "trauma", envenenaram o cachorrinho dela e depois desse fato, ela se distanciou de todos os animais, fala que "odeia"... Ela tbm sofreu muito tadinha. Era um amor, se chamava PICO, me ajudava a atravessar a rua p ir na casa da vizinha, em qualquer lugar que eu ia, ele estava cmg, áté olhava para os lados p eu poder atravessar =/ e infelizmente deram veneno a ele, não sei como puderam fazer isso =(